sábado, 29 de junho de 2013

Em nome da razão (1979)



"Em nome da razão", o filme símbolo da reforma psiquiátrica brasileira, finalmente está disponível na internet. Comandado pelo grande diretor mineiro Helvécio Ratton (o mesmo de Uma onda no ar, Menino Maluquinho e Batismo de sangue), o filme trouxe à tona (na época), pela primeira vez em imagens cinematográficas, os horrores cometidos, em nome da razão e da ciência, no interior do Hospital Colônia de Barbacena.

O filme se desenvolve a partir das enfermarias e pátios internos, vasculha os corredores, as celas fortes, contrasta a miséria humana e a sofisticação do projeto arquitetônico do manicômio inaugurado, com pompas e honras, em 1904. O som que se capturou foi estritamente o produzido localmente: gritos, lamúrias e relatos impressionantes acerca do cotidiano e das histórias de vida dos que ali resistiam. O foco captura e projeta a fala e expressão dos internos, eventualmente intercaladas pelo depoimento do administrador do hospital acerca das dificuldades de gestão de corpos e subjetividades. Não se escuta a fala dos psiquiatras. 

Intencionalmente, o diretor ultrapassa a via da responsabilização da equipe técnica e profissional, revelando uma leitura mais desafiante: trata-se de revelar a instituição e seus amplos compromissos com a sociedade que rechaça a loucura e a condena à clausura e à mortificação". Exibido pela primeira vez no III Congresso Mineiro de Psiquiatria, em 1979, "Em nome da razão" chocou a platéia e contribuiu de forma significativa para o fortalecimento do nascente Movimento Antimanicomial brasileiro. Posteriormente, o filme foi exibido em festivais, ganhando diversos prêmios nacionais e internacionais. E desde então circulou, como uma joia rara, pelos grupos de saúde mental do país. Até, finalmente, cair no Youtube. Imperdível, assistam:

quinta-feira, 27 de junho de 2013

O lado mais triste da solidão




Quem pensa que a falta de vínculos sociais e afetivos é um drama com repercussões restritas às emoções se engana. A ciência alerta, agora, que a solidão pode até mesmo nos provocar doenças — e não apenas psíquicas. Uma leva de pesquisas recentes mostra que os avessos à família e aos amigos têm tanta tendência a ficar enfermos quanto os fumantes ou sedentários convictos. Há indícios também de que os solitários estariam na linha de frente dos problemas de fundo inflamatório, caso de artrites e doenças cardiovasculares.

Segundo um estudo recém-concluído na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, pessoas que se queixam de uma vida reclusa possuem genes menos ativos na proteção contra vírus. “Os sociáveis estão naturalmente mais propensos a contrair viroses porque estão em maior contato com outros indivíduos”, raciocina o psicólogo Steve Cole, que liderou o trabalho. Já a turma que vive afastada do mundo, menos exposta a esse tipo de micróbio, acaba apresentando um sistema imune que não tem tanta necessidade de enfrentá-lo. Em tudo na vida, porém, há uma compensação. Nessa gente, as defesas passam a se concentrar nas bactérias, o que gera uma reação inflamatória recorrente — e nem sempre bem-vinda, já que inflamação demais abre alas a descompassos em diversas áreas do corpo.

É claro que nem todo solitário está fadado a cair de cama. O perigo surge quando a sensação de isolamento é constante e isso, inclusive, independe de ter ou não uma companhia. “A partir do momento em que a solidão começa a interferir no comportamento e no estilo de vida, ela se torna patológica”, afirma a psicóloga Denise Pará Diniz, coordenadora do Setor de Gerenciamento de Estresse e Qualidade de Vida da Universidade Federal de São Paulo.

A questão é que o bem-estar físico e mental está interligado. O desarranjo de um lado não raro desestabiliza o outro. Os indivíduos reclusos apresentam maior tendência à depressão, algo que repercute nos hormônios e nas defesas. “Essa condição está associada a quedas imunológicas, pressão alta, perda de sono e alcoolismo. Por isso, é um fator de risco comparável ao cigarro e à obesidade”, acusa o psicólogo John Cacioppo, especialista em neurociência social da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos.

Mas, calma, tantas evidências não significam que quem prefere viver mais só tenha que sair às ruas caçando companhia. Os estudiosos advogam que nem toda solidão é prejudicial. Não há problema algum se ela é fruto de uma escolha consciente, ou seja, quando nos afastamos do grupo para descansar, ler, refletir… situações que são até prestativas, especialmente antes de tomar uma decisão. O perigo, vale frisar, é perder o controle e deixar-se levar pela clausura absoluta, evitando inclusive os entes próximos. De qualquer forma, mais importante do que a quantidade é a qualidade dos relacionamentos que construímos ao longo da vida. E, se você estiver satisfeito com eles, pode se dar ao luxo de conceder um espaço na agenda para si mesmo — e só para si mesmo.

Vida longa e acompanhada
Manter uma rede de relacionamentos ajuda a espantar doenças que aparecem com o avançar da idade, como o Alzheimer. É que o contato social garante uma cabeça mais ativa. “Com o tempo, muita gente tem menos necessidade de usar o cérebro e as ligações entre os neurônios enfraquecem. Os vínculos afetivos auxiliam a conservar essas conexões”, diz o psiquiatra Paulo Inecco, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

PARA DOMAR A SOLIDÃO
- Cuide dos seus pensamentos: se você se sente bem permanecendo um tempo sozinho, não foque em problemas, mas em assuntos positivos.
- Gerencie seu tempo: apesar da correria, é importante manter um momento para os amigos e a família e para cuidar de si mesmo.
- Abra o leque de relacionamentos: permita-se conhecer novas pessoas e controle a ansiedade para evitar possíveis decepções. Fonte:blogdasaude.com.br

domingo, 23 de junho de 2013

Em sua cidade tem isso????









Itaqui -  Menos habitantes, mais opções.... assim é a vida... fui generoso com as fotos e poupei os "entreveiros" (multidão), e olha que tinha gente... Como foi sua cidade nas festividades?????????? Opções para crianças???

terça-feira, 18 de junho de 2013

Santiago se mobiliza



No próximo dia 20, uma quinta-feira, acontecerá em Santiago uma manifestação que leva o nome de "Santiago em Movimento - pelo Direito à cidade. A caminhada sairá de frente da Estação do Conhecimento às 18h e reunirá todos aqueles que queiram lutar por melhorias em diversos setores da sociedade.

Aprovado projeto da "Cura Gay"


                                                                            Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

Com poucos manifestantes presentes, a Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara dos Deputados conseguiu aprovar nesta terça-feira o projeto de decreto legislativo que trata da "cura gay". Desde que o presidente da comissão, pastor Marco Feliciano (PSC-SP), foi indicado para ao colegiado, a CDH se tornou palco de manifestação entre ativistas pelos direitos humanos e pastores evangélicos apoiadores de Feliciano.

O que se viu hoje na comissão, no entanto, sequer lembra os dias de ocupação do plenário do colegiado, em que manifestantes chegaram a ser detidos e impedidos de entrar na sala onde ocorriam as reuniões da CDH. Antes, os ativistas gritavam palavras de ordem e chegavam a atrapalhar os trabalhos. Hoje, apenas cerca de 10 manifestantes seguravam cartazes e aplaudiam o deputado Simplício Araújo (PPS-MA), único a discursar contra o projeto da "cura gay".

A proposta altera uma resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e suspende a vigência desse documento, que proíbe psicólogos de atuarem para mudar a orientação sexual de pacientes e considerar a homossexualidade como doença. Há quase 30 anos a homossexualidade foi excluída da Classificação Internacional das Doenças. Em seu relatório, Anderson Ferreira defendeu que a orientação do conselho impede que homossexuais "mudem" sua orientação com a ajuda de um profissional.

"Não existe tratamento porque isso não é doença. O que temos que tratar é a corrupção, a cara de pau de alguns políticos. Gostaria que tivessem a mesma possibilidade os profissionais de psicologia de tratar alguns distúrbios de comportamento do ser humano. Não é a homossexualidade um dos distúrbios que prejudica a família. O que prejudica a família é a corrupção, a forma como a classe política está se comportando. Este projeto é inconstitucional. Apenas o poder judiciário pode questionar uma decisão de qualquer conselho de qualquer profissão", criticou Araújo. Feliciano, no entanto, alegou que a CDH apenas analisou o mérito da questão. A constitucionalidade do projeto será avaliada ainda pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O projeto também passará pela Comissão de Seguridade Social da Câmara.

O deputado Anderson Ferreira (PR-PE), relator da matéria na CDH, alegou que há jurisprudência que considera inconstitucional qualquer resolução de conselho profissional que limita o exercício da profissão. "Essa resolução cerceia a independência e liberdade dos profissionais e o direito da pessoa de procurar um psicólogo e de receber orientação. É direito do paciente procurar atendimento que satisfaça seus anseios. O projeto de decreto legislativo garante o direito ao homossexual a mudar sua orientação sexual e ser acolhido por um profissional", afirmou o relator durante a leitura do seu parecer, que pede a aprovação da matéria.

Ferreira alegou que a suspensão dos efeitos da resolução terá efeito somente até que haja uma decisão judicial que determine se psicólogos devem ou não ajudar pacientes a "deixarem" a homossexualidade. Em resposta, o CFP afirmou que os psicólogos estão proibidos de tratar a homossexualidade como doença.

"Estão, sim, proibidos os psicólogos de exercerem qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas, e adotarem ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados. (...) A norma orienta os profissionais da psicologia a não se pronunciar e nem participar de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica", defendeu o conselho representativo dos psicólogos em nota.  Fonte: terra.com.br

sábado, 15 de junho de 2013

O que significa a vaia que Dilma levou



Alguma surpresa na vaia que Dilma levou na estreia do Brasil na Copa das Confederações? Nenhuma.

Os recentes protestos país afora mostram que os brasileiros vivem um outono do descontentamento. Estão desencantados com a política de um modo geral. Não respeitam o modo como as coisas são feitas no universo dos partidos. E como estranhar quando eles vêem fotos de Lula e Haddad com Maluf, ou Serra com Silas Malafaia, ou lêem falas de Marina favoráveis a Feliciano?

Também não anima nada ver a forma como Dilma trata os índios. Nunca tem tempo para eles, mas se encontra com ruralistas com irritante frequência. E sem falar nos eternos sócios do poder, como Sarney.

As palestras milionárias de Lula — para não falar no lobby ‘patriótico’ de empreiteiras brasileiras para ganhar negócios na África — também não elevam a taxa de popularidade dos políticos.

Há um enorme cansaço com a política convencional, e não apenas no Brasil.

Na Itália, um comediante, Beppe Grillo, obteve uma votação extraordinária renegando a política tradicional.

Na Islândia, um humorista se elegeu prefeito da capital Reiquijavique tendo na plataforma itens como garantir toalhas de banho gratuitas nos banhos de piscina.

A ojeriza planetária à política e aos políticos que estão aí é uma disciplina que já vem sendo estudada por especialistas.

As vaias de Dilma se enquadram nesse desencanto geral.

Em termos eleitorais, isso significa pouco, apesar da vibração dos conservadores brasileiros: nenhum dos rivais de Dilma teria escapado dos apupos.

Aécio, por exemplo, teria provavelmente ouvido vaias ainda mais demoradas.

Verdade que Dilma poderia ter evitado ir ao estádio fatídico. O estado de espírito dos brasileiros não está para aplausos a políticos.

A Copa das Confederações foi cercada de denúncias de remoções forçadas de gente pobre que, como os índios, não tem quem a defenda — nem um governo pretensamente popular.

Estádio cheio, câmaras transmitindo a cerimônia de abertura para o mundo todo: Dilma poderia ter contornado uma situação de alto risco.

Ela não merecia ser socorrida por Sepp Blatter, o controvertido presidente da Fifa. “Cadê o respeito e o fair play?”, perguntou Blatter.

As vaias aumentaram de tom com a tentativa de sabão coletivo de um estrangeiro petulante ligado a João Havelange.

Mas, ainda que Dilma tivesse prudentemente descartado um compromisso que poderia expô-la a um embaraço internacional, os fatos não mudariam.

Os brasileiros estão descrentes de seus políticos. Há uma desconexão entre as duas partes.

Os vinte centavos apenas deixaram isso claro.

Evocar 1964 com protestos arquiconservadores estimulados pelos golpistas daqueles dias é tolice. Os protestos que varrem o Brasil são, ao contrário de então, essencialmente anticonservadores.

Aqueles entre os políticos que entenderem a mensagem e buscarem respostas tenderão a se dar bem no futuro.

Os que acharem que o povo é que está errado, bem, a lata de lixo está aí para eles. Fonte: diariodocentrodomundo.com.br

Estamos de volta!!!




Depois de um longo tempo afastado deste espaço, estamos retomando as atividades. Um blog com mais de 30,000 acessos não pode cair no esquecimento assim, da noite para o dia. Muita coisa mudou, a filha nasceu, a família aumentou, e agora me arrisco em uma nova e encantadora cidade: Itaqui. "Idaqui" vamos nos comunicando, seja na crítica, elogio ou simplesmente no "espalho" da notícia. 
Saudades amigos...