Uma Nova Aliada

Hospitais já utilizam a hipnose como forma de tratamento para diversas doenças, salvo as doenças provocadas por fungos, vírus e bactérias ou por causas genéticas, acidentais e abusivas contra a saúde, as demais têm sua origem na mente humana, inclusive casos de câncer. Nesse sentido, o terapeuta e hipnólogo Luiz Carlos Crozera, 48 anos, presidente do Instituto Brasileiro de Hipnologia, conclui que a cura de várias enfermidades está na mente de cada um.

A hipnose condicionativa é apenas uma técnica de tratamento, a cura está em cada pessoa. O terapeuta não é curandeiro ou milagreiro, é apenas um facilitador do processo terapêutico.”

Crozera conta via e-mail ao BOM DIA que a hipnologia o fascinou desde criança. Nas décadas de 60, 70 a hipnose era utilizada no Brasil apenas como apresentação em circos e palcos – os livros eram raros e os cursos não existiam. “Os primeiros contatos com a hipnose foram de pai para filho. Com apenas 13 anos, dava meus primeiros passos na hipnologia sem imaginar que, um dia, seria autor de uma das mais importantes técnicas de hipnose clínica, auxiliando a humanidade em diversas patologias”, conta.

O primeiro hospital no Brasil a ter um departamento de hipnologia foi o Hospital das Clínicas de São Paulo, no qual a técnica é utilizada para preparar pacientes para cirurgias, diminuindo a carga anestésica e o nível de ansiedade.

O paciente enfrenta um processo cirúrgico com tranqüilidade”, salienta Crozera. “A cicatrização é mais rápida, o sangramento é menor e os resultados clínicos são bem melhores.”

O Hospital do Câncer, situado na capital paulista, também já adota a nova técnica. Na UEL (Universidade Estadual de Londrina), pesquisadores estudam seus efeitos no tratamento de AIDS, câncer, depressão, hipertensão e até diabetes. Crozera explica que é feito um relaxamento profundo com o paciente e são trabalhadas as técnicas da hipnose condicionativa.

“O paciente já sai da sessão com vontade de viver. Seu metabolismo também muda. Nos casos de Aids, trabalha-se trabalha basicamente a auto-estima. A doença é causada por um vírus, mas ele não mata”, salienta o hipnólogo. “A propaganda acabou condicionando a mente das pessoas a acharem que ela mata. Quando o indivíduo pega o resultado de um exame que o identifica soropositivo, sua auto-estima cai e, conseqüentemente, seu fator imunológico: aí, desencadeia o processo.”

“A técnica existe há 4,5 mil anos e ajuda no resgate da auto-estima, concentração e mudança de hábitos (parar de beber ou fumar), na recuperação de traumas e tratamento da depressão, obesidade, câncer, Aids, entre outras doenças”, explica.

A hipnose trabalha como coadjuvante em qualquer tratamento – tanto de saúde física quanto mental. É um estado de relaxamento profundo no qual se consegue abrir o sensor crítico do cérebro para entrar na mente inconsciente.
A hipnose é a única maneira de se chegar aos registros mentais, positivos ou negativos, da vida de um indivíduo – da gestação até os dias atuais.”

A hipnose condicionativa não investiga a vida do paciente e nem é regressão (hipnose clássica). É um processo interno no qual o paciente não fala com o terapeuta. Para o profissional, não importa o que tem dentro da mente da pessoa: ele vai simplesmente bloquear esses registros. O terapeuta é apenas um facilitador do processo de tratamento – tudo ocorre dentro da pessoa.