O termo esquizofrenia foi cunhado pelo neurologista e psiquiatra suíço Eugen Bleuler (1857 – 1939), derivado do grego Schizo ("dividir") e Phrenes (termo que poderia ser traduzido como “mente”), denota a ruptura entre pensamento, emoção e comportamento que acomete os pacientes portadores deste quadro.
Trata-se de uma patologia psiquiátrica grave, de característica crônica e polimórfica, cujas primeiras manifestações costumam aparecer no final da adolescência e início da idade adulta. Os sintomas mais comumente associados a este quadro podem ser divididos em duas classes principais, os sintomas positivos e os sintomas negativos.
O primeiro grupo abrange manifestações tais como os delírios (crenças inflexíveis que não possuem embasamento na realidade – por exemplo, um paciente que acredita que seus vizinhos o estão vigiando constantemente sem que exista nenhum indício deste fato), alucinações (perturbações sensoriais – por exemplo, um paciente que enxerga vultos ameaçadores ou ouve vozes que conversam entre elas, comentam seus atos ou que lhe dão ordens), desorganização do comportamento (por exemplo, despir-se em público, perambular sem rumo, recolher objetos na rua, etc.), perda da coerência do pensamento, agitação psicomotora, entre outros.
O segundo grupo, dos sintomas negativos, inclui os aspectos mais insidiosos da doença, os quais levam a uma lenta degeneração do paciente, e geralmente estão presentes mesmo quando os sintomas positivos estão remitidos. Este grupo abrange o embotamento afetivo (o paciente perde progressivamente a capacidade de expressar emoções), o isolamento social, a diminuição da iniciativa e prejuízos cognitivos em geral (como por exemplo, dificuldades para aprender novas habilidades, dificuldade de raciocínio e déficits de memória).
O manejo da esquizofrenia é difícil, não apenas devido à gravidade dos sintomas, mas também devido à dificuldade de promover a aderência do paciente e de seus familiares. Os principais medicamentos utilizados são os antipsicóticos, como o Haloperidol, a Clorpromazina, a Risperidona, a Olanzapina, dentre muitos outros atualmente disponíveis no mercado. Outras medicações que freqüentemente são utilizadas incluem os benzodiazepínicos, os antiparkinsonianos (ambos utilizados para tratar os efeitos colaterais do antipsicóticos), os estabilizadores de humor e os antidepressivos. Abordagens não farmacológicas do tratamento, tais como certas modalidades de psicoterapia e a terapia ocupacional são ferramentas importantes para auxiliar o paciente a contornar certas limitações impostas pela doença e facilitar sua reinserção na sociedade.
Devido ao curso crônico da doença, marcado por episódios de exacerbação dos sintomas positivos e piora progressiva dos sintomas negativos, os pacientes portadores desta patologia necessitam de tratamento constante e não raro intensivo, a fim de controlar as crises e minimizar as perdas causadas pela doença. Para tanto, é necessário que o paciente disponha de suporte de seus familiares e do auxilio de profissionais capacitados a lidar com a complexidade de seu caso.