sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Carta de um Suicída

Foi encontrada no bolso de um cadáver, quando era preparado para a autópsia, a seguinte carta:
Senhor Delegado: Suicidei-me!... Não culpe ninguém pela minha morte. Deixei esta vida porque um dia a mais que vivesse acabaria por enlouquecer.
Eu explico-lhe Senhor Doutor: Tive a desdita de casar com uma viúva, a qual tinha uma filha; se soubesse isto jamais teria casado. Meu pai, para maior desgraça era viúvo e quis a fatalidade que ele se enamorasse com a filha da minha mulher.
Resultou daí que a minha mulher se tornou sogra do meu pai. A minha enteada veio a ser minha mãe e o meu pai tornou-se ao mesmo tempo meu genro.
Após algum tempo, minha filha pôs no mundo uma criança que veio a ser meu irmão, porém neto de minha mulher, e vim a ser neto do meu irmão. Com o decorrer do tempo, a minha mulher pôs também no mundo um menino que, como irmão da minha mãe, era cunhado do meu pai e tio do meu filho, passando minha mulher ser a nora da própria filha.
Eu, Senhor Delegado, fiquei sendo pai de minha mãe, tornando-me irmão de meus filhos, a minha mulher ficou sendo minha avó, já que é mãe de minha mãe, assim acabei sendo avô de mim mesmo.
Portanto, antes que a coisa se complicasse mais e, como não sei mais ao certo quem sou, resolvi acabar com tudo de uma vez.
Desculpe Senhor Delegado.

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