Antes de acusar seu filho de preguiça por não conseguir resolver problemas matemáticos simples, de somar ou multiplicar, pense duas vezes: ele pode sofrer de uma doença que atinge 6% da população mundial - a discalculia. O transtorno neurológico dificulta o aprendizado da Matemática.
São afetados principalmente três campos: compreensão dos fatos numéricos (adição, subtração, multiplicação e divisão simples); realização de procedimentos matemáticos (como divisão de números grandes ou soma de frações) e semântica (compreensão da linguagem usada em problemas). "Discalculia não é dificuldade para fazer cálculos complexos. É a incapacidade de lidar com operações triviais", disse o neurologista José Alexandre Bastos à Agência Estado. O que não significa que, só porque tira notas baixas, seu filho tem o problema.
Segundo o especialista, para que uma criança seja diagnosticada com discalculia, é preciso excluir fatores que dificultam o aprendizado, como deficiência intelectual, problemas afetivos, ambiente de estresse em casa ou na escola. "O diagnóstico é feito por uma equipe multidisplicinar que costuma incluir um neurologista, um neuropsicólogo, um pedagogo e um fonoaudiólogo", explica.
O treinamento matemático e o diagnóstico precoce contribuem para o tratamento da doença que, em alguns casos, requer uso de remédios. Existem seis subtipos de discalculia, são eles:
1) Discalculia Verbal: dificduldade para nomear as quantidades matemáticas, os números, os termos, os símbolos e as relações;
2) Discalculia Practognóstica: dificuldade para enumerar, comparar e manipular objetos ou em imagem matematicamente;
3) Discalculia Léxica: dificuldade na leitura de símbolos matemáticos;
4) Discalculia Gráfica: diculdade na escrita de símbolos matemáticos;
5) Discalculia Ideognóstica: Dificuldades em fazer operações mentais e na compreensão de conceitos matemáticos;
6) Discalculia Operacional: dificuldades na execução de operações e cálculos numéricos.
Saiba mais sobre a discalculia:
O que é: dificuldade para realizar problemas matemáticos simples.
Diagnóstico: deve ser feito por equipe multidisciplinar e excluir fatores emocionais, escolares e até deficiência intelectual.
Consequências: além das notas baixas e reprovação, há bullying, abandono escolar e prejuízo à autoestima infantil.
Tratamento: treinamento matemático com profissionais, acompanhamento psicológico e, em casos de outras doenças, como transtorno de déficit de atenção, remédios.
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